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Publicado: 25/07/2014


Aumento do emprego esperado na Copa não se concretizou, diz IBGE

A Copa do Mundo, que aconteceu entre 12 de junho e 13 de julho, não provocou o aumento de emprego esperado para o mês de junho, nas quatro regiões metropolitanas analisadas pela Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A afirmação é da técnica da Coordenação de Rendimento e Trabalho (Coren) do IBGE, Adriana Araújo Beringuy.

 

“Analisando o mês de junho, o que poderia estar relacionado ao evento esportivo, esse evento não mostrou repercussões ou impactos importantes no aumento da população ocupada. Tal efeito esperado, seja de aumento de emprego ou de rendimento, não ocorreu. O que a gente pode constatar é que esse aumento esperado pelo efeito da Copa, ele não se concretizou”, afirmou Beringuy, na manhã desta quinta-feira (24).

 

De acordo com o IBGE, não houve aumento também do rendimento médio real. As regiões metropolitanas de Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, onde a pesquisa foi realizada, integram as cidades-sede do Mundial. "Ou seja, a ausência de crescimento ou o baixo crescimento da PO [população ocupada], esse cenário permaneceu o mesmo de antes do evento”, completou.

 

No entanto, de acordo com Adriana, no que diz respeito à criação de postos de trabalho, em alguns setores relacionados ao evento, como outros serviços – alojamentos, alimentação e transporte – e comércio, houve um pequeno aumento, mas não o suficiente para impactar o resultado da pesquisa.

 

"Houve até, em alguns casos, um leve aumento nos outros serviços, só que essa formação foi relativamente discreta ao ponto de não impactar a geração de postos de trabalho da região metropolitana como um todo. O rendimento também nesses setores relacionados à Copa, em alguns deles, houve até a redução do rendimento da população ocupada nessas atividades. Tanto na perspectiva mensal quanto na perspectiva anual", concluiu.

 

Dados incompletos

 

Pelo segundo mês seguido, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados sobre o desemprego no país de forma incompleta – consequência da greve de seus servidores, que já dura dois meses.

 

Estão disponíveis apenas os dados completos das regiões metropolitanas de Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo em junho. Ficaram de fora as regiões metropolitanas de Salvador e Porto Alegre.

 

Taxa de desemprego

 

A taxa de desemprego teve o maior recuo no Recife, passando de 7,2% em maio para 6,2% no mês seguinte. No Rio de Janeiro, o índice foi de 3,4% a 3,2%. Já em Belo Horizonte, o desemprego teve leve aumento, de 3,8% para 3,9%. Em São Paulo, a taxa foi mantida em 5,1%.

 

Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo registram a menor taxa da sua série para o mês de junho, informou a técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE (Coren), Adriana Araújo Beringuy.

 

Salário

 

O salário dos trabalhadores diminuiu 1% no Recife, 2,2% em Belo Horizonte, 0,5% no Rio de Janeiro e 1,6% em São Paulo. Na comparação com um ano atrás, o rendimento subiu no Recife (3,9%), no Rio de Janeiro (6,5%) e em São Paulo (0,6%).

 

“Em São Paulo, a gente pode dizer que a indústria e o comércio impactaram a queda do rendimento na região. São setores que absorvem muita mão de obra na região. Já no Rio de Janeiro, a redução veio do comércio e dos serviços prestados pelas empresas”, afirmou.

 

Fonte: G1