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Publicado: 08/05/2015


Empresários apresentam sugestões ao programa Empreender

A fim de revitalizar a metodologia do Empreender, empresários experientes apontaram críticas construtivas e sugestões na manhã desta terça-feira (05/05), durante o Seminário de Revisão Metodológica do Programa Empreender. O evento teve início ontem, no Hotel Cullinan, em Brasília, e será finalizado na quinta-feira (07/05), com a consolidação final das propostas para a melhoria do projeto. 
 
 
Siro Canabarro, vice-presidente da microempresa da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (ACIC), no PR, elogiou a força dos núcleos setoriais por conseguirem manter empresas ativas por muito tempo. “O Núcleo de Informática [da ACIC] existe desde 1999 e já tivemos muitas ações, especialmente, feiras. Dentro do núcleo setorial, surgiu o Sicoob [Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil], que hoje é uma cooperativa forte, com cerca de 20 agências e 20 mil associados. Tudo isso torna cada vez mais importante o projeto Empreender”, disse. 
 
 
Entre os maiores obstáculos mencionados por Siro, estiveram em destaque o acesso a recursos financeiros e as dificuldades para obter mão de obra capacitada. “A maior parte dos projetos morre por falta de recursos. Existe gente no mercado, mas falta especialização. Hoje as empresas não crescem por falta de mão de obra”, criticou Siro, que também é empresário na área de tecnologia. 
 
 
Em suas sugestões, Canabarro afirmou que os projetos do Empreender não devem durar mais do que 12 meses, pois os de longo prazo tornam a gestão mais difícil. Além disso, sugeriu que haja mais ações estruturantes de desenvolvimento local, e não apenas pontuais. “É necessário haver mais trabalho de gestão das empresas, e não só palestras, porque o empresário assiste uma apresentação e, na semana seguinte, já se esqueceu do que aprendeu. É necessário um acompanhamento mais próximo, uma tutoria do empresário.”
 
 
Para Christian Dilhmann, engenheiro e empresário do Núcleo de Ferramentaria da Associação Comercial e Industrial de Joinville (ACIJ), em SC, é preciso conscientizar os empresários sobre o funcionamento do núcleo setorial antes mesmo de criá-lo. “Isso é decisivo para o sucesso do núcleo, senão acaba demandando muito esforço da CACB, do Sebrae, da Associação... Os empresários precisam entender que captar recursos é um dos fatores do núcleo. Também é necessário aumentar a rede de relacionamentos, melhorar processos produtivos, fidelizar clientes e ter lucro. Vinculando-se a um núcleo setorial, com a troca de experiências e boas práticas, o sucesso fica mais acessível, mas o empresário tem que saber que não é tão simples”, disse. 
 
 
Planejamento estratégico após a criação do núcleo setorial, política de retenção do consultor e ações inovadoras também foram destacadas por Dihlmann. Ele ainda ressaltou a necessidade de um follow-up da empresas. “Tem que haver um acompanhamento das ações. Após terminar o projeto, é preciso verificar se a empresa deu continuidade ao desenvolvimento. Isso é fundamental”, apontou. 
 
 
Christian acredita também que realizar confraternizações também é importante para melhorar o relacionamento entre os integrantes do núcleo, pois gera união e confiança.