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Publicado: 10/06/2021


Crescimento de 1,8% nas vendas no varejo restrito em abril surpreende mercado, mas foi marcado pela flexibilização das medidas de isolamento

Após registrar queda de apenas 0,6% no mês de março, quando todas as expectativas apontavam para uma redução mais forte, o varejo restrito subiu 1,8% em abril na comparação mensal dos dados dessazonalizados, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta terça-feira (8). Destaque para os segmentos de “Tecidos, vestuário e calçados” e “Móveis e eletrodomésticos”, que, após subirem 13,8% e 24,8%, respectivamente, recuperaram, parcialmente, as perdas observadas em março. Outro segmento que subiu foi o de “Combustíveis e lubrificantes”, 3,4%, ao passo que o segmento de “Super e hipermercados” caiu 1,5%. No ano, a queda de 0,6% até o mês de março foi revertida em alta de 4,5% e, em 12 meses acumulados, o resultado passou de 0,7% para 3,6% após o volume de vendas crescer 23,8% na comparação interanual. Essa acentuada inclinação para cima na curva de longo prazo do setor também já era esperada neste período, dado que as vendas varejistas foram muito impactadas no mês de abril do ano passado, quando registrara queda de 18,2% na comparação mensal e de 17,1% contra abril de 2019.



As variações vieram no mesmo sentido apontado pelo indicador antecedente de Movimento do Comércio da Boa Vista, que esperava por uma elevação de 4,7% no mês e de 24,6% na comparação interanual. Na avaliação dos economistas da Boa Vista, o cenário econômico pode ainda estar cercado de incertezas, sobretudo, quando relacionadas ao avanço da campanha de vacinação contra a covid-19, mas, é fato que no mês de abril a confiança dos consumidores recuperou boa parte da queda observada em março, mais especificamente, 44%, e o auxílio emergencial voltou, mesmo com alcance reduzido. Para o mês de maio, outra dose de bons resultados é aguardada para o setor, que deverá contar com uma contribuição, especial, do segmento de “Tecidos, vestuário e calçados”.

 

Como avaliam os economistas da Boa Vista, se no mês de maio o efeito base deve ainda prevalecer, no mês de junho esse efeito tende a ser menor e, a partir do 2º semestre, outros fatores poderão ditar o rumo do varejo. Poderá ser difícil ao varejo repetir os números observados no 2º semestre do ano passado, quando crescera 5,1% em relação ao 2º semestre de 2019, a menos, é claro, que conte com um impulso da vacinação. Caso contrário, o desemprego elevado, que atingiu 14,7% em março, maior nível da série histórica, a inflação e o contínuo, e esperado, aumento na taxa de juros, poderão barrar o crescimento do setor.